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sábado, 14 de agosto de 2010

Os sentidos e os seus órgãos

Os sentidos servem às diferentes formas de percepção. Informam-nos quer sobre o mundo exterior (informações objetivas), quer sobre as condições do nosso próprio corpo (informações subjetivas). A visão - um dos cinco sentidos (os outros são a audição, o olfato, o paladar e o tato) - é um dos sentidos que designamos como exteriores. Para ver, o homem possui órgãos dos sentidos altamente especializados: os olhos. Estes podem ser sensibilizados por um fenômeno especial e com eles relacionado: a luz.
O nervo óptico conduz os estímulos provocados pela luz até o cérebro, onde estas informações são reunidas e assimiladas. Uma sensação, em primeiro lugar, nada mais é do que a percepção de uma alteração no estado do próprio aparelho nervoso dos sentidos. Com base na experiência adquirida, o homem interpreta então o que captou no mundo exterior; atribui, por exemplo, a cor por ele percebida a uma coisa objetiva existente.
Os órgãos dos sentidos possibilitam ao homem o contacto com o mundo exterior. Todos eles se encontram organizados segundo o mesmo princípio: as células dos sentidos estão ligadas a filamentos nervosos que conduzem ao interior do organismo. Basicamente, estes nada mais são do que o início das fibras nervosas que transmitem as impressões ao cérebro, após o que este ordena e avalia a informação recebida.


O maravilhoso trabalho dos olhos

Nenhum outro órgão do corpo humano apresenta, não obstante as suas diminutas dimensões, uma estrutura tão complexa como os olhos.
Se com o indicador e o polegar formarmos uma 'circunferência', obteremos o diâmetro aproximado destes órgãos, capazes de receber, simultaneamente, milhão e meio de impressões. Durante o dia, os olhos movem-se mais de 100 000 vezes para receberem as ondas de luz que os atingem. Se considerarmos que 80% de todas as impressões sensoriais captadas pelo homem são de natureza óptica, reconheceremos que os olhos realizam um árduo trabalho.
Seis músculos de pequenas dimensões, mas extremamente fortes, realizam o trabalho mecânico. Se pretendêssemos estabelecer uma comparação entre estes e outros grupos de músculos existentes no corpo humano, como os das pernas, o trabalho diário realizado pelos músculos dos olhos corresponderia a uma dupla maratona das pernas.
Os movimentos dos olhos, um dos pressupostos básicos da visão, representam, de fato, um fenômeno maravilhoso. O globo ocular, que tem as dimensões de uma bola de pingue-pongue, é acionado pelos músculos que se encontram na parede óssea da órbita. A sua atividade permite ao homem abranger os objetos que se encontram em várias posições no espaço, de modo que esses mesmos objetos sejam nitidamente representados na retina na sua posição correta.
Com o auxilio dos músculos, os olhos podem mover-se para cima e para baixo, para a direita e para a esquerda - para o que o globo ocular gira em torno de um eixo contínuo e imaginário ântero-posterior -, podem sair levemente da órbita e ainda se recolher um pouco.
Os movimentos dos olhos processam-se em torno de um centro de rotação situado um pouco atrás do centro do globo ocular. Nunca dois dos seis músculos de cada um dos olhos trabalham contraditoriamente: os músculos retos, externo e interno, fazem com que os olhos se movam para a direita e para a esquerda. Os músculos retos superior e inferior, assim como ambos os músculos oblíquos, fazem com que os olhos se movam para cima e para baixo ou rodem (figs. 1 e 2).






Apenas seis músculos se encontram ligados a cada um dos olhos do homem. Um número ínfimo, mas suficiente para que ambos os globos oculares se movam de modo a permitirem que, independentemente da direção do olhar e da distância a que o objeto se encontra, uma imagem deste se forme simultaneamente na retina de ambos os olhos.

Para que a visão seja possível, o trabalho conjunto de ambos os olhos reveste-se de grande importância. Faça uma pequena experiência em frente do espelho: quando levanta um dos olhos, o outro automaticamente eleva-se também, não sendo possível baixá-lo.
Mais ainda: se um dos olhos se virar para fora ('afastando-se' do nariz), o outro se volta paralelamente para dentro ('aproximando-se' do nariz); é impossível a ambos os olhos moverem-se simultaneamente para fora. Para dentro o caso é diferente. Fixe um objeto com ambos os olhos. Quanto mais perto o objeto se encontrar, mais acentuada se torna a convergência. Os olhos convergem, mas não divergem!
Para levar a cabo o complexo trabalho que representa a visão diária, os olhos dividem engenhosamente as tarefas, alternando as vezes em que cada um recebe cerca de 90% de todas as impressões. No período de descanso, durante o qual recupera, o olho que se encontra de momento aliviado contribui ainda com cerca de 10% da sua potência.

Funcionamento dos olhos

O olho humano é constituído pelo globo ocular, a que corresponde um aparelho óptico provido de uma lente,
e por uma série de órgãos coordenados: pálpebras, conjuntiva, glândulas lacrimais, músculos e nervos, bem como o nervo óptico, que está atrás do globo ocular e se prolonga até ao centro da visão, no cérebro.
Os olhos podem comparar-se a uma máquina fotográfica (*). Quando os raios de luz encontram a córnea e a penetram, são refratados pela primeira vez. Atravessam então a câmara anterior, que contém o humor aquoso, atingindo o cristalino e o humor vítreo. O cristalino converge (**) então os raios luminosos que o atravessam. Após ter atravessado o humor vítreo, a luz encontra a retina, que constitui a membrana mais interna das três que formam a parede do globo ocular. As verdadeiras células da visão encontram-se na retina, que se transforma no nervo óptico. A imagem que surge nesta membrana é levada, como um impulso, até ao centro da visão, situado no lobo occipital do cérebro (fig. 3).
[(*) A comparação, numa escala de tempo, é improcedente; obviamente, a máquina fotográfica é que pode ser comparada ao olho.]
[(**) A córnea é a principal 'lente' do globo ocular, colocando, em termos de refringência, o cristalino em segundo plano.


Devido aos 7 milhões de células em cone que se encontram na retina, os olhos são capazes de perceber as cores, ou melhor, os diferentes comprimentos de onda da luz, como sensações heterogêneas.
Para a visão de penumbra (visão de crepúsculo), a retina contém ainda cerca de 123 milhões de bastonetes, ocupando uma superfície total de apenas 5 cm2 (fig. 4).

Embora apresente apenas 5 cm2 de área, a retina possui, no entanto, cerca de 130 milhões de células fotossensíveis. Quanto mais juntas se encontrarem estas células, maior será normalmente o poder visual. No local de maior poder visual, o homem possui cerca de 166 000 células por milímetro quadrado. O busardo (**) tem mesmo mais de 1 milhão.
(**) busardo sm Ornit (fr busard): Nome dado na Europa a certas espécies de aves falconiformes, que ocorrem naquela região, como, por exemplo, as espécies Circus aeruginosus e Pernis apivorus que se alimentam principalmente das larvas de vespas. (Michaelis online)

Os olhos não diferenciam apenas as várias intensidades e formas da luz, mas percebem também, separadamente, os raios luminosos enviados de pontos isolados do objeto. Deste modo, é-nos possível apreender visualmente a forma de um objeto. Na membrana sensível que constitui a retina são projetadas imagens menores e invertidas dos objetos emissores da luz: o que no objeto está à direita encontra-se à esquerda na imagem projetada na retina, e o que no objeto se localiza na parte superior encontra-se na imagem em baixo (fig. 5).


Mas por que razão nós vemos o objeto 'direito', se este se encontra invertido na imagem da retina? Na realidade, os olhos não vêem, mas reconhecem a imagem; porém, só depois da transmissão desta ao cérebro temos consciência dela já na sua posição correta, uma vez que o cérebro inverte novamente a imagem.
Para que na retina os objetos próximos sejam focados o músculo ciliar pode acentuar a curvatura do cristalino. Objetos que se encontram a distâncias diferentes não podem ser percebidos pelos olhos distinta e simultaneamente.
Uma pequena experiência pode demonstrar esta afirmação: Mantenha, a uma distância de cerca de 40 cm, um véu transparente diante dos olhos. Por detrás do véu, a uma distância de cerca de 50 cm, encontra-se uma palavra escrita. Sucessivamente, pode ver focado, quer os fios do véu, quer as letras da palavra. No entanto, nunca pode ver ambos nítida e simultaneamente.
Além disso, os olhos podem ainda, alterando a abertura da pupila, acomodar-se a diversas intensidades de luz. Com este fim, possui a íris - de que a pupila é a parte central - dois músculos: um dilata e o outro contrai a pupila. A íris, extremamente sensível à luz, diminui com uma crescente intensidade desta e aumenta com uma intensidade decrescente.
O sistema óptico dos olhos, que também funciona de uma forma maravilhosa, acusa numerosas imperfeições. Estas, juntamente com os erros de transmissão que se verificam entre os olhos e o cérebro, assim como as falsas interpretações transmitidas por este, explicam a existência de ilusões ópticas.
Nos olhos existe o que é denominada a 'ponto cego'. Por esta expressão se designa a zona em que o nervo óptico penetra na retina.
Como, neste ponto, a retina não pode ter células fotossensíveis, não ocorre aqui qualquer sensação de luz. A mancha cega apresenta de diâmetro 1,5 - 1,7 mm aproximadamente.
Experiência: feche o olho direito e fixe o ponto da direita com o olho esquerdo a uma distância de cerca de 25 cm (fig. 6). O ponto da esquerda torna-se invisível.

Para encontrar a distância certa, aproxime lentamente os olhos do monitor de vídeo. Então, a determinada distância, o ponto desaparece - apenas enquanto a imagem recai precisamente no nervo óptico -, surgindo depois com uma maior aproximação.

Fonte: http://www.feiradeciencias.com.br/sala09/09_01.asp

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